E eu que achava que Presidente Prudente estava longe de ser um lugar acessível. Andando (ou, melhor, rodando) pelas ruas de Brasília, descobri que está muito pior. Na primeira semana em que lá cheguei, fiz aquele tradicional passeio nos shoppings da cidade, que, apesar das boas promoções, não tem nada de diferente dos demais. Aliás, de todos a que já fui, lá foi o pior em acessibilidade, elevadores abarrotados de pessoas que poderiam usar as escadas rolantes, mas não o fazem. Eu e um casal com uma criança no carrinho estávamos no terceiro andar, ficamos mais de 45 minutos esperando, para entrar. Falamos com o segurança para, quando o elevador parasse ali, que pedisse que alguns saíssem, que fossem pela escada. Mas ele se negou, dizendo que não era função dele. De quem era, então, minha?
Então tá! Foi o que fiz. Quando parou, novamente, no nosso andar, pedi que dessem lugar para mim e o casal com o carrinho de bebê e que existia a escada rolante para eles.
Nas semanas que seguiram, saí para outros lugares, com os parentes que moram lá. Aí, sim, fui conhecer, melhor, Brasília. Acredito que, quando Oscar Niemeyer projetou construções com toda a sua exuberância arquitetônica e suas famosas curvas, acessibilidade foi algo que nem passou por sua mente.
Ok,ok! É justificável, afinal, há 51 anos, deficientes eram, mesmo, “uma lenda”, quase todos ficavam dentro das tocas.
Fomos à exuberante Catedral, mas, para entrar, deparei-me com uma rampa íngreme demais e, para piorar, já quase no final dela, existe uma espécie de trilho de um portão, que é alto e o cadeirante, sozinho, terá que empinar a cadeira (habilidade essa que nem todos possuem), para passar por ele. Até mesmo meu primo, que não tem deficiência física alguma, tropeçou nele.
O curioso é que esses parentes não tinham percebido a falta de acessibilidade na cidade. Saindo da catedral, fomos ao espaço Lúcio Costa, para eu ver a maquete da cidade. Chegando lá, deram-se conta da impossibilidade da entrada de um cadeirante. Assim sendo, a única coisa que meus olhos avistaram foi uma escadaria gigantesca, pois o espaço é subterrâneo e o único acesso é por ela.
Guias rebaixadas são raras, em alguns lugares, existem “rampas,” que, na verdade, deveriam ser chamadas de “remendo de guia” ou “engana trouxa.”
Saí, também, com um grupo de cadeirantes, que estavam no centro de reabilitação. Fomos a um bar próximo dali, mas o caminho era terrível, com calçadas mal conservadas, sem faixa de pedestres, motoristas correndo demais, pois não existia semáforo em nenhum trecho que percorremos. E isto logo ali, próximo de um centro de referência mundial, pela competência e excelência na medicina de reabilitação.
Mas a realidade, hoje, é outra. E muito! Estamos cada vez mais presentes na sociedade, as mudanças se fazem necessárias e com urgência.
Se os principais órgãos da administração dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário federais, que elaboram, votam e aprovam as leis, estão sediados na capital do país, um local com um défict grave de acessibilidade, os que aprovam as leis não as fazem valer no ambiente em que vivem, todavia mantêm seus salários. O que esperar no restante do país?
A solução é sairmos, mesmo, de dentro de casa e exigir o cumprimento da lei. Afinal, se cumprimos nossos deveres, podemos, sim, exigir nossos direitos.
Em nosso caso: Esperar sentados, sim, mas calados, nunca mais!!!!
Então tá! Foi o que fiz. Quando parou, novamente, no nosso andar, pedi que dessem lugar para mim e o casal com o carrinho de bebê e que existia a escada rolante para eles.
Nas semanas que seguiram, saí para outros lugares, com os parentes que moram lá. Aí, sim, fui conhecer, melhor, Brasília. Acredito que, quando Oscar Niemeyer projetou construções com toda a sua exuberância arquitetônica e suas famosas curvas, acessibilidade foi algo que nem passou por sua mente.
Ok,ok! É justificável, afinal, há 51 anos, deficientes eram, mesmo, “uma lenda”, quase todos ficavam dentro das tocas.
Fomos à exuberante Catedral, mas, para entrar, deparei-me com uma rampa íngreme demais e, para piorar, já quase no final dela, existe uma espécie de trilho de um portão, que é alto e o cadeirante, sozinho, terá que empinar a cadeira (habilidade essa que nem todos possuem), para passar por ele. Até mesmo meu primo, que não tem deficiência física alguma, tropeçou nele.
O curioso é que esses parentes não tinham percebido a falta de acessibilidade na cidade. Saindo da catedral, fomos ao espaço Lúcio Costa, para eu ver a maquete da cidade. Chegando lá, deram-se conta da impossibilidade da entrada de um cadeirante. Assim sendo, a única coisa que meus olhos avistaram foi uma escadaria gigantesca, pois o espaço é subterrâneo e o único acesso é por ela.
Guias rebaixadas são raras, em alguns lugares, existem “rampas,” que, na verdade, deveriam ser chamadas de “remendo de guia” ou “engana trouxa.”
Saí, também, com um grupo de cadeirantes, que estavam no centro de reabilitação. Fomos a um bar próximo dali, mas o caminho era terrível, com calçadas mal conservadas, sem faixa de pedestres, motoristas correndo demais, pois não existia semáforo em nenhum trecho que percorremos. E isto logo ali, próximo de um centro de referência mundial, pela competência e excelência na medicina de reabilitação.
Mas a realidade, hoje, é outra. E muito! Estamos cada vez mais presentes na sociedade, as mudanças se fazem necessárias e com urgência.
Se os principais órgãos da administração dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário federais, que elaboram, votam e aprovam as leis, estão sediados na capital do país, um local com um défict grave de acessibilidade, os que aprovam as leis não as fazem valer no ambiente em que vivem, todavia mantêm seus salários. O que esperar no restante do país?
A solução é sairmos, mesmo, de dentro de casa e exigir o cumprimento da lei. Afinal, se cumprimos nossos deveres, podemos, sim, exigir nossos direitos.
Em nosso caso: Esperar sentados, sim, mas calados, nunca mais!!!!
Cáh! Quem diria, achei que Brasilia tivesse
ResponderExcluirtoda acessibilidade, que horror saber disso
ta certissima, ficar calada nunca mais.
Conte sempre com a gente para o que precisar, se for para gritar junto com vc, la vamos nós
Beijo no coração
de sua fã Eliana
Camiluxa te gosto tanto
ResponderExcluirGosto de como pensa,como fala, como luta pelas coisas que acredita, gosto de ver sua coragem, gosto da sua determinação
Você tem uma luz que envolve a gente, sei lá não sei definir vc
Sei que adoro voce
BeijooOOO do Zé
Muitas matérias se têm da falta de acessibilidade em Brasilia; o jornalista Jairo Marques, a deputada Mara Gabrili, atriz Tabata Contri,o presidente do Movimento Inclusão Já Valdir Timoteo que são cadeirantes e denunciaram esses problemas. O que ainda falta para se tomar uma providência? Pelo visto, falta vergonha na cara por parte dos nossos governantes.
ResponderExcluirEssa não precisa ser nossa realidade, eu não sou cadeirante, não tenho nenhuma deficiência, mas poderia ter, meu pai poderia ser cadeirante, minha mãe, um futuro filho, isso muito me envergonha... as dificuldades de acessibilidade em um país que almeja o crescimento, que tem estampado em sua bandeira "Ordem e Progresso"... cadê a ordem? E o Progesso?
ResponderExcluirApesar de tudo, acho que a Camila vai concordar que há sim esperanças de um futuro melhor, eu sigo fazendo minha parte \o... Abraços Camila, escrevendo muito bem, como sempre
Ao ler a matéria confesso que fiquei perplexo, não que tivesse informações que Brasília era um modelo e exemplo de acessibilidade (aliás como deveria ser)para o resto do pais, mas por meio de sua reportagem constatar que isso na capital federal por incrivel que possa parecer ainda está longe de acontecer. Mas é divulgando e denunciando o descaso e lutando para que respeitem nossos direitos que conseguiremos avançar e mudar esse quatro. Parabéns Camila.
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