quarta-feira, 4 de abril de 2012

Viver é lutar!

Aprendi, desde criancinha, que nem tudo, na vida, são flores, que nem tudo se consegue facilmente, que, para atingirmos objetivos, é necessário lutas, sacrifícios, renúncias, determinação... Difícil aceitar e enfrentar os obstáculos, tristezas e dores, pois são tantas as pedras encontradas no caminho. Muitas vezes senti medo da realidade, quis parar no meio da caminhada.Veio-me o desespero, a angústia.Chorei,  quis voltar.
Considerava a vida um jardim e , caminhando por ele, feliz por estar entre flores coloridas, lindas,perfumadas, muitas considerava raras! Maravilhada, por  presenciar tamanha beleza, queria tocá-las, senti-las próximas, compartilhar aquela suavidade e espetáculo divino. Surpreendida por espinhos, machuquei-me. E as flores mais lindas, que mais agradavam meus olhos, eram as que tinham mais espinhos. Percebi, então, que, para tocar, sentir, ficar próxima do perfume, da exuberância  daquele  jardim, eu teria que ter cuidado, passear por entre as flores,respeitar a natureza de cada uma, tocar as mais simples, menos coloridas, porém que não tinham espinhos, não me machucavam. Aprendi que poderia conviver com as “espinhudas”, continuá-las admirando, mas com o cuidado de não tocá-l as, para não me machucar.
Foi assim que aprendi a enxergar e a entender os seres humanos, sobretudo quando eles me enxergavam como um engano da natureza, um ser diferente. Nesses momentos, eu pensava em voltar daquele caminho de pedras e espinhos. Mas voltar para onde, para quê? Tornar-me pessimista, deixar de buscar algo melhor e maior para minha existência.  E para os que acreditavam em mim valeria a pena?
 Deus nos ensinou o amor, a perseverança, ensinou-nos que o joio e o trigo crescem juntos, e, no momento certo, há a separação. Ele nos confiou uma tarefa, uma missão, cabendo a nós aceitá-la e cumpri-la por amor ou pela dor.
Sou grata a Ele por tudo que me permitiu, inclusive pelas decepções. Aprendi a enxergar as floresinhas simples, com suas cores diferentes (não menos encantadoras), que elas podem  surpreender-nos, elevar nosso espírito, ajudar-nos na edificação do nosso “eu”. Aprendi que posso e devo continuar admirando as flores com espinhos, entendendo que elas também têm seus limites.
Compreendi que, para haver vitórias, é necessário haver lutas. Que a busca será constante, que a felicidade, na maioria das vezes, vem das pequenas coisas, dos pequenos acontecimentos, acompanhada das pessoas mais simples.
E é muito bom poder dizer que, por um longo período, enquanto  fiquei sentada numa das pedras encontradas, já pensando em desistir, recebi a cobrança de atitude. Foi a cobrança mais generosa que recebi até hoje. Ainda assim, fiquei, por um período, parada sobre pedra, mas, refletindo muito, em cada palavra dita,  resolvi-me levantar e seguir em frente.
Obrigada, Leda Márcia, pelas palavras que o momento me exigiu que fossem ditas, obrigada por tudo que você é e representa!