Foi extraordinário o número de jovens na 1ª Conferência Municipal da Juventude de Presidente Prudente, no último 19 de agosto. Aproximadamente 580 jovens cidadãos, interessados em mudanças, em roformas políticas, dispostos a “gritar e a lutar”, para que seus objetivos e necessidades sejam ouvidos e atendidos.
Impressionante, também, a organização, mantendo esses jovens sempre ativos e envolvidos o tempo todo, em cada passo do evento.O triste é ver que, em meio a tantos jovens, não havia ninguém, além de mim, com deficiência.
Segundo o IBGE, Presidente Prudente tem, aproximadamente, 20.386 pessoas com deficiência. Onde estão? Por que não participaram? Falta de interesse da parte deles?
Acredito que não, pois tantos são os atropelos impostos pela falta de acessibilidade, transporte, entre outras situações vividas, que são extremamente injustas. Acabam-se deixando vencer pelo muro da exclusão, que separa as pessoas e distorce seus mais nobres potenciais.
Consegui perceber que a inclusão da Pessoa com Deficiência sequer passava nos planos de discussão, quando, em um determinado momento da Conferência, foi realizada uma divisão de grupos, para discutirem assuntos importantes, citando seus problemas e apontando soluções, para serem trabalhados posteriormente. Meu grupo tratou de Educação e trabalho. Sugeri, evidentemente, a inclusão real nas salas de aula, não simplesmente “jogar” a pessoa no ambiente escolar, e não ser trabalhado da maneira correta, aproveitando o potencial de cada um, da melhor maneira. Acontece que senti falta de apoio e interesse maior das pessoas por esse assunto.
Voltando à reunião geral, onde foram lidas as sugestões de cada grupo e, após, foi realizada a candidatura de delegados para as próximas Conferências e para trabalharem as necessidades dos jovens. Resolvi candidatar-me. Foram 35 candidatos para 15 vagas e, para minha surpresa, fui eleita por unanimidade. O contentamento tomou conta de mim, percebi e senti, mais uma vez, que só saindo das nossas “tocas”, mostrando a cara e enfrentando essa realidade , é que conseguiremos algo melhor: mudar o pensamento das pessoas mal informadas e mostrar que deficiência não é sinônimo de incapacidade.
Não dá para falar em uma sociedade mais justa, esquecendo aquilo que achamos ser uma minoria sem expressão. Pessoas com deficiência não são simples leis postas num papel, são pessoas, indivíduos com opiniões e realidades diversas, que têm muito que contribuir e expressar.
Agora é hora de botar em prática todo o pensamento e discurso de aceitação do diferente. Isto,porque o mundo é realmente “rico” em diversidade de pessoas. Incluir é fazer interagir, e não figurar”. É acreditar no potencial humano, sem julgá-lo pela sua aparência ou por estereótipos já traçados.Incluir é dar oportunidade, respeitando e aceitando as dificuldades e particularidades de cada um. É saber encaixar as ações e pensamentos na prática. Incluir é pensar no coletivo. E o mais difícil, para fazer valer a real inclusão, é deixar o próprio ego de lado e olhar para o outro, sem uma opinião já pré-determinada. Quando isso cair por terra, aí, sim, todos os tipos de inclusão serão colocados em prática... Incluir é saber ouvir, saber delegar, saber trabalhar toda e qualquer oportunidade de demonstração de qualquer tipo de talento que surgir, por mais “frágil ou incapaz” que alguém pareça ser, seja por condições estéticas, físicas ou intelectuais.
O que tem que estar sempre em mente é que cada ser humano é realmente uma caixinha de surpresas, que sempre pode dar bons resultados, independente de quem seja essa ideia.
É importante, ainda, repararmos na diferença de inclusão verdadeira ou de complacente e piedade. Com efeito, incluir é sabermos exigir e extrair o melhor que cada um pode dar, apesar de suas limitações...
Por isto, acredito em que a 1ª Conferência sobre Políticas Públicas da Juventude de Presidente Prudente realmente será um divisor de águas no cenário público da cidade, pois falará de inclusão do jovem em todos os seus aspectos e amplitudes.
Marcos Vinha(vice´prefeito), Tupã (Prefeito)Juliano Borges (Assessoria de Juventude/Gabinete do Prefeito)
Ed Thomas (Deputado) e Selma Alves de Freitas Martins (Secretaria Municipal de Educação)
Ed Thomas (Deputado) e Selma Alves de Freitas Martins (Secretaria Municipal de Educação)
Dra. Marisa Feffermann (Diretora do Institudo Saúde da Secretária do Estado da Saúde)
Pessoas interessantes e interessadas em mudanças reais.
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