quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A caminho de uma nova sociedade


Foi extraordinário o número de jovens na 1ª Conferência Municipal da Juventude de Presidente Prudente, no último 19 de agosto. Aproximadamente 580 jovens cidadãos, interessados em mudanças, em roformas políticas, dispostos a “gritar e a lutar”, para que seus objetivos e necessidades sejam ouvidos e atendidos.
Impressionante, também, a organização, mantendo esses jovens sempre ativos e envolvidos o tempo todo, em cada passo do evento.O triste é ver que, em meio a tantos jovens, não havia ninguém, além de mim, com deficiência.
Segundo o IBGE, Presidente Prudente tem, aproximadamente, 20.386 pessoas com deficiência. Onde estão? Por que não participaram? Falta de interesse da parte deles?
Acredito que não, pois tantos são os atropelos impostos pela falta de acessibilidade, transporte, entre outras situações vividas, que são extremamente injustas. Acabam-se deixando vencer pelo muro da exclusão, que separa as pessoas e distorce seus mais nobres potenciais.
Consegui perceber que a inclusão da Pessoa com Deficiência sequer passava nos planos de discussão, quando, em um determinado momento da Conferência, foi realizada uma divisão de grupos, para discutirem assuntos importantes, citando seus problemas e apontando soluções, para serem trabalhados posteriormente. Meu grupo tratou de Educação e trabalho. Sugeri, evidentemente, a inclusão real nas salas de aula, não simplesmente “jogar” a pessoa no ambiente escolar, e não ser trabalhado da maneira correta, aproveitando o potencial de cada um, da melhor maneira. Acontece que senti falta de apoio e interesse maior das pessoas por esse assunto.
Voltando à reunião geral, onde foram lidas as sugestões de cada grupo e, após, foi realizada a candidatura de delegados para as próximas Conferências e para trabalharem as necessidades dos jovens. Resolvi candidatar-me. Foram 35 candidatos para 15 vagas e, para minha surpresa, fui eleita por unanimidade. O contentamento tomou conta de mim, percebi e senti, mais uma vez, que só saindo das nossas “tocas”, mostrando a cara e enfrentando essa realidade , é que conseguiremos algo melhor: mudar o pensamento das pessoas mal informadas e mostrar que deficiência não é sinônimo de incapacidade.
Não dá para falar em uma sociedade mais justa, esquecendo aquilo que achamos ser uma minoria sem expressão. Pessoas com deficiência não são simples leis postas num papel, são pessoas, indivíduos com opiniões e realidades diversas, que têm muito que contribuir e expressar.
Agora é hora de botar em prática todo o pensamento e discurso de aceitação do diferente. Isto,porque o mundo é realmente “rico” em diversidade de pessoas. Incluir é fazer interagir, e não figurar”. É acreditar no potencial humano, sem julgá-lo pela sua aparência ou por estereótipos já traçados.Incluir é dar oportunidade, respeitando e aceitando as dificuldades e particularidades de cada um. É saber encaixar as ações e pensamentos na prática. Incluir é pensar no coletivo. E o mais difícil, para fazer valer a real inclusão, é deixar o próprio ego de lado e olhar para o outro, sem uma opinião já pré-determinada. Quando isso cair por terra, aí, sim, todos os tipos de inclusão serão colocados em prática...  Incluir é saber ouvir, saber delegar, saber trabalhar toda e qualquer oportunidade de demonstração de qualquer tipo de talento que surgir, por mais “frágil ou incapaz” que alguém pareça ser, seja por condições estéticas, físicas ou intelectuais.
O que tem que estar sempre em mente é que cada ser humano é realmente uma caixinha de surpresas, que sempre pode dar bons resultados, independente de quem seja essa ideia.
É importante, ainda, repararmos na diferença de inclusão verdadeira ou de complacente e piedade. Com efeito, incluir é sabermos exigir e extrair o melhor que cada um pode dar, apesar de suas limitações...
Por isto, acredito em que a 1ª Conferência sobre Políticas Públicas da Juventude de Presidente Prudente realmente será um divisor de águas no cenário público da cidade, pois falará de inclusão do jovem em todos os seus aspectos e amplitudes.
 Marcos Vinha(vice´prefeito), Tupã (Prefeito)Juliano  Borges (Assessoria de Juventude/Gabinete do Prefeito)
Ed Thomas (Deputado) e Selma Alves de Freitas Martins (Secretaria Municipal de Educação)
 Dr. Luiz Antonio Miguel Ferreira (Promotor da Infância e Juventude)

 
 Dra. Marisa Feffermann (Diretora do Institudo Saúde da Secretária do Estado da Saúde)
 Tupã (Prefeito)


Pessoas  interessantes e interessadas em mudanças reais.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Luzes acesas e... mão na roda!

Sou um ser em metamorfose, que dá asas à imaginação, que me deixa, por longos momentos, com ausência do mundo. Crio, fantasio, produzo, dirijo, acendendo as luzes do palco e entro em cena...
Foi pensando em converter estas palavras em ações que resolvi,  mais uma vez, entrar em cena, dessa vez, numa situação diferente. Resolvi  inscrever-me  na oficica "O Fazer Cinematográfico’’, ministrada pelo ator e cineasta Vicentini Gomez, de 25 a 31 de julho, no Centro Cultural Matarazzo de Presidente Prudente –SP.
Quis experimentar  minhas aptidões no mundo cinematográfico, já que é um sonho de criança, viver a arte;  descobrir onde me sairia melhor, conhecer a criação, produção, direção desse maravilhoso mundo de fantasia, ficção, realidade...
Chegando lá, senti um frio na barriga. Em meio a 70 pessoas inscritas, eu era a única com deficiência. 
Descobri minhas habilidades e o que a cadeira me impedia de realizar como qualquer pessoa, encontrei dificuldades para alguma atividade, mas compensando em outras, descobrindo até onde posso ir, meus talentos, que independem de uma cadeira de rodas.
Como resultado da oficina, foi produzido o documentário “Visões’’, com a participação dos alunos. O filme mostra as diferentes visões do “amor’’ e da “felicidade’’, com imagens capturadas na cidade e  depoimentos de pessoas de diversos segmentos sociais e culturais de nossa cidade. Dentre elas, dona Eva de Assis dos Santos, catadora de lixo e presidente da Cooperativa dos Trabalhadores de Produtos Recicláveis de Presidente Prudente [Cooperlix], a jornalista Mirian Ribeiro, o músico e professor Luizão(Projeto Camerata), Sebastião José de Oliveira – “Baiano” (engraxate), o Advogado e escritor Henrique Chagas, Leonardo Ferreira – “Léo” (Produtor Cultural / Professor Hip Hop e Grafiteiro)    e, para minha surpresa, também fui convidada pelo diretor, para prestar um depoimento.
Segundo Vicentini Gomez, o que torna o documentário interessante é mostrar o cotidiano e perceber que, apesar das diferenças, cultural e social, que separam os depoentes, suas visões sobre o tema se cruzam.
Com uma prévia exibida no domingo, o documentário emocionou a todos com as histórias de superação e determinação para alcançar a felicidade, buscar o amor e a realização pessoal. Terá sua edição finalizada e será apresentada no final de setembro, prometendo, ainda, mais emoção e surpresa!
A oficina foi uma grande oportunidade, para mostrar que é possível fazer cinema em Presidente Prudente. Apesar de ser uma área de pouco investimento na cidade, existem excelentes profissionais dispostos a trabalhar com extrema dedicação.
E os planos não param por aí. Motivados pela oficina e com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura de Presidente Prudente, alguns participantes estão planejando a criação do Cine Clube Municipal.
Haverá,ainda, no mês de agosto, a oficina de Cineclubista, ministrada por José Vinagre, na Oficina Cultural Timochenco Wehbi .
E acrescento, mais, que tudo é possível e válido para a realização do Amor e da Felicidade, posto que, se valorizarmos apenas nossos limites, nunca viveremos, plenamente, a vida.
Superar-nos também é isto, um processo de autoconhecimento.
... E é isto aí, pessoal, luzes acesas e mão na roda!


Primeiro dia de oficina

Reunião para discussão de roteiro
Reunião para divisão de equipes
Alguns flashs da gravação do depoimento

Vicentini Gomez...depois da gravação

Equipe de gravação

Equipe na finalização da oficina.